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E Ele amou-os até o fim


"Ora, antes da festa da páscoa, sabendo Jesus que já era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai, como havia amado os seus, que estavam no mundo, amou-os até o fim" - João 13:1

 Faltavam-se poucos momentos para que Jesus fosse entregue nas mãos de seus perseguidores. O peso dos pecados de toda a humanidade logo seria colocado sobre Seus ombros, o perfeito Filho de Deus, mesmo sem pecado, sentiria o terrível peso da separação do Pai. Aqueles para quem Ele veio, o negaria, trairiam, torturariam, açoitariam e crucificariam. A dor que se aproximava era inimaginável e Ele sabia. Porém, não era isso que lhe ocupava os pensamentos. 
 Existia em Seu coração amoroso uma dor ainda mais forte que as dores físicas que brevemente seriam sentidas. Essa dor contínua era sentida a séculos, desde o momento em que a queda do homem criou o véu do pecado, responsável pela separação entre homens e Deus. O cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo, em profunda dor e agonia, procurou o primeiro homem em seu esconderijo no Éden, Ele deu o primeiro passo em direção ao pecador pois Seu amor é tão infinito que não consegue imaginar a eternidade sem suas amadas criaturas. Porém a transgressão da humanidade teria um preço, a alma pecadora precisava morrer.
 No meio do medo, culpa e incerteza de nossos primeiros pais surgiu a promessa de que um dia seriamos novamente chamados filhos de Deus. Adão e Eva descansaram no Senhor sem obter a concretização da promessa, mas confiantes de que ela se cumpriria mesmo que seus olhos não vissem. Assim também foi com sua descendência, homens e mulheres fiéis que seguiram as palavras do Pai, crendo num Salvador futuro que traria a redenção para toda a humanidade.
 E no tempo determinado Ele veio, o Deus Emanuel trocou as glórias do céu por uma vida simples, veio sujar Seus pés na poeira deste mundo para que um dia o ser humano tivesse novamente a oportunidade de contempla-lo em Sua glória. Trocou a adoração dos anjos pelas zombarias e blasfêmias dos homens ímpios, para que os fiéis fossem justificados pelo Seu Sangue. E, naqueles momentos que antecediam o calvário, Seus pensamentos estavam em todos aqueles pelos quais o Seu sacrifício levaria de volta aos braços de amor do Deus Triuno.
 Não foi o ser humano indigno que precisou ir até o céu para pedir perdão, foi Deus que desceu até o abismo e tomou nossa sentença sobre Si, para que o perdão se tornasse acessível a todos os homens. E tudo por amor. Ele nos amou em toda nossa imundícia, e seguiu nos amando até o fim de sua caminhada nesse mundo. Ele elevou aos céus nos amando, e hoje está no santuário celestial preparando-se para um dia retornar nas nuvens, para buscar aqueles por quem, por amor, derramou Seu Sangue. 

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